Há 18 anos era criado o Dia Internacional da Mulher Negra na América Latina e no Caribe. Porém, em 2010, ano em que completa a sua maioridade, a data continua a ser nada mais do que um registro simbólico de que ainda é preciso lutar pelo desenvolvimento daquelas que, segundo os dados atuais do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), recebem salário inferior aos homens, têm maior presença no mercado informal e ainda enfrentam dupla jornada de trabalho, graças ao afazeres domésticos.
O dia 25 de julho foi escolhido durante o Primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, em Santo Domingo, capital da República Dominicana, em 1992. Na capital baiana, a data também já faz parte do calendário oficial desde 2008, instituída através da Lei 7.440.o que foi uma grande vitória porque ‘demarcou’ uma trajetória.
“Essa demarcação não é uma separação do dia 8 de março, que também é uma data de extrema importância, mas passou a existir para dizer que tem um grupo de mulheres com uma luta que não é separada, mas que é diferenciada. A gente sabe que a mulher negra tem a menor taxa de escolarização, o menor acesso ao nível superior, o maior número de mortes por aborto, mas, além de fazer essas denúncias, temos de lembrar que existem histórias de mulheres negras bem sucedidas”, destacou.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada em 2007, mostra que as mulheres representam 52,4% da população da Região Metropolitana de Salvador (RMS), um total de 1.545.137. Sendo que, destas, aproximadamente 81,9% são negras e pardas. Mas, mesmo sendo maioria, em Salvador, as negras são as que mais sofrem como a questão salarial.
Existe uma diferença significativa entre a remuneração da mulher branca e o da mulher negra na capital baiana. A primeira recebe em média, 4,6 salários mínimos, enquanto a segunda, apenas 1,9 salário mínimo, de acordo com os dados do levantamento da Secretaria Especial de Política para as Mulheres, feita com base na Pesquisa Mensal de Emprego, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no período de julho a setembro de 2005. O trabalho doméstico é uma das principais formas de inserção das negras no mercado de trabalho.
Para comemoração desta data A Rede de Mulheres Negras do Paraná realiza um evento
DIÁLOGOS Empoderamento da Mulheres na América Latina e Caribe
Será no dia 07/08/10 a partir das 14:00 hora na Rua Lua 264 no bairro Sítio Cercado
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terça-feira, 27 de julho de 2010
25 de julho - Dia Internacional da Mulher Negra Latinoamericana e Caribenha
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